Rio Parana

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Descrição

Segundo maior rio do continente sul-americano, o rio Paraná serpenteia pelos países sul-americanos do Brasil, Paraguai e Argentina, cobrindo uma distância total de cerca de 4,880 quilômetros. O rio surge no Brasil na confluência dos rios Grande e Paranaíba, e continua fluindo na direção sudoeste até encontrar o rio Paraguai, na fronteira sul do Paraguai. A partir daqui, continua a fluir mais para o sul através da Argentina, finalmente se juntando ao rio Uruguai e, em seguida, drenando para o estuário do Rio da Prata, que finalmente deságua no Oceano Atlântico. A bacia do rio Paraná engloba uma área de cerca de 2,800,000 quilômetros quadrados. Desde a sua origem até a sua junção com o rio Paraguai, o rio Paraná é conhecido como Alto ou Alto Paraná. Brasília e São Paulo do Brasil, Assunção do Paraguai e Buenos Aires da Argentina são algumas das principais cidades da América do Sul localizadas ao longo da bacia do rio Paraná. A Usina de Itaipu, um dos maiores projetos hidrelétricos do mundo, também é construída no rio Paraná, ao longo da fronteira Brasil-Paraguai.

Papel Histórico

Antes que os primeiros europeus chegassem à América do Sul, a bacia do Paraná plausivelmente hospedava grandes assentamentos de tribos indígenas como o povo Aché, como evidenciado pela descoberta de ferramentas de pedra provavelmente usadas por esses caçadores-coletores nesta área. Durante os séculos 16 e 17th, quando as explorações européias do continente sul-americano estavam em seu ápice, o rio Paraná serviu como uma rota importante para acessar as regiões do interior do continente a partir da costa. Na 1526, Sebastian Cabot tornou-se o primeiro europeu a iniciar a exploração da Bacia do Rio Paraná. Durante esse período, o rio e seus arredores tinham vegetação natural abundante e um florescente nível de biodiversidade. No entanto, com o crescimento e desenvolvimento da agricultura, pesca e práticas de navegação por assentamentos humanos ao longo da bacia do rio, o rio se tornou a salvação de milhões de sul-americanos. Enquanto isso, a flora e a fauna das florestas do rio Paraná diminuíam gradualmente em tamanho, número e diversidade.

Significado moderno

O rio Paraná e seus afluentes são uma parte vital da vida cotidiana das populações de povos sul-americanos instaladas ao longo de suas margens. Os pescadores que vivem perto do rio são os que mais beneficiam dos seus ricos recursos de fauna aquática. Peixes comercialmente importantes, como o surubí e o sábalo, são capturados do rio, sendo ambos vendidos para consumo em grande escala pela população doméstica e também processados ​​para exportação no exterior. Em 2003, 45,000 toneladas do shad e, em 2004, 34,000 toneladas do sábalo, capturadas no rio Paraná, foram exportadas. A bacia do rio Paraná também apóia atividades de agricultura e pecuária em larga escala. Muitas grandes cidades surgiram nas margens do rio, com o rio servindo como uma rota navegável conectando essas cidades umas às outras e às cidades portuárias nas regiões do delta próximas às costas. A construção de enormes represas hidrelétricas no rio permitiu que essas áreas gerassem grandes quantidades de eletricidade para sustentar as necessidades energéticas da crescente população da região. As barragens de Yacyretá e Itaipu, construídas no Paraná, têm capacidade para gerar 3,100 MW e 12,600 MW de eletricidade, respectivamente. Além da riqueza dos recursos naturais utilizados para a produção de bens de consumo e energia, milhares de turistas internacionais visitam a região do rio Paraná para experimentar a riqueza natural e a beleza do lugar. Isso estimula ainda mais a economia local e os meios de subsistência da população local em um grau significativo.

Habitat

O clima abafado do ecossistema do rio Paraná sustenta a existência de uma variedade diversa e única de flora e fauna. Onde a intervenção humana é esparsa, as florestas e a vegetação de savana continuaram a florescer ao longo das margens do rio. A região florestada da região do Alto Paraná é conhecida como Mata Atlântica Alto Paraná. 50% das plantas e 90% dos anfíbios dessa floresta são endêmicos da área. Um grande número de espécies que habitam as Matas Atlânticas do Alto Paraná, como a onça-pintada e a tanzeira de sete cores, também estão à beira da extinção. Além da vida terrestre, o rio também suporta um grande número de espécies aquáticas, incluindo peixes migratórios como a anchova dente-de-sabre do Atlântico, o Sábalo e o dourado Dourado, além de outros peixes como Piranhas, Bagres, Peixe-Lungo e uma variedade diversa de minúsculo fitoplâncton e macrófitas. O Delta do Rio Paraná também forma um ecossistema significativo de zonas úmidas, embora grande parte tenha sido danificada pela intervenção humana. Espécies como o gato dos pampas, o cervo-do-pantanal e as capivaras encontram-se nos últimos habitats naturais sobreviventes desta região do delta. O Parque Nacional Predelta e a Reserva da Biosfera do Delta do Paraná foram instalados na área do Delta do Paraná para garantir a flora e fauna nativas da região.

Ameaças e disputas

Atualmente, o ecossistema do rio Paraná está sofrendo os impactos prejudiciais que foram desencadeados por atividades humanas de exploração indiscriminadamente. Os projetos de construção de barragens e outros impedimentos artificiais ao longo do rio Paraná causaram danos irreparáveis ​​nos ecossistemas do rio. Durante a construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu, na 1979, no Paraná, as Cataratas do Guairá foram completamente afogadas no processo de criação da barragem. Essas barragens e cursos de água também afetaram os habitats aquáticos e terrestres da flora e fauna nativas, pois prejudicaram as rotas migratórias dos peixes e até mesmo deslocaram milhares de pessoas locais de suas casas. O desmatamento rápido ao longo das margens do rio para a expansão agrícola contribuiu para a erosão da terra, sobrecarregando o rio com enormes quantidades de sedimentos erodidos e detritos, e dificultando a qualidade dos recursos hídricos do Paraná. Quase 88% da área original da Mata Atlântica ao redor do rio Paraná foi perdida, colocando em risco a própria existência de grande parte da flora e fauna nativas da região. Um relatório científico afirma que quase 50% das espécies de peixes do Paraná foram dilapidadas ao longo de apenas 20 anos. O Sábalo, uma espécie-chave do ecossistema do rio Paraná, formando um importante elo da cadeia alimentar, também está sendo atenuado pela pesca exploradora. Infelizmente, estes pescadores não parecem perceber que não estão apenas prejudicando gravemente o ecossistema com suas práticas irresponsáveis, mas também esgotando as regiões pesqueiras de recursos econômicos de importância vital para as futuras gerações de pescadores e mulheres que virão.