Qual Foi A Crise De Agadir?

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Agadir era um porto no sudoeste de Marrocos. A crise de Agadir (também chamada de segunda crise marroquina) foi uma crise internacional causada pelo envio de tropas francesas a Marrocos contra as expectativas alemãs. Os eventos e ações que se seguiram de diferentes atores na França, Alemanha e Grã-Bretanha moldaram mudanças nas estratégias futuras. De importância é o papel da mídia na escalada da crise e dos processos diplomáticos que suprimiram as hostilidades.

Contexto histórico

As tensões anglo-germânicas eram altas entre 1905 e 1906, em parte devido a uma disputa militar entre a Alemanha e a Grã-Bretanha, que deixou a França com mais influência no Marrocos. Marrocos causou muitas vezes uma crise diplomática entre a França e a Alemanha, que estavam interessados ​​em aumentar a extensão do seu controle econômico. Durante este período, a Alemanha estava interessada em mineração no sul do Marrocos. Na 1909, a França e a Alemanha concordaram em respeitar os interesses uns dos outros. Logo ficou claro que a França não permitiria que a Alemanha construísse linhas ferroviárias no Marrocos. Os esforços do ministro alemão das Relações Exteriores, Alfred Von Kiderlin-Wachter e do francês Jean Cruppi para resolver o impasse entraram em colapso, encorajando alguns em Marrocos a se rebelarem contra o sultão pró-francês Mulan AbdelHafid e atacarem as forças francesas no início do 1911.

Para afirmar sua autoridade, a França implantou tropas 20,000 em abril 1911 para apoiar os estrangeiros que vivem em Fez. Foi demais para a Alemanha. No entanto, Wachter alertou contra os franceses, pois acreditava que era apenas uma questão de tempo até que a França assumisse o controle de todo o Marrocos. Cuidadoso para não irritar os militares, ele fez os franceses acreditarem que ele não deixaria a França manter as tropas no Marrocos. Esperando que seu movimento agradasse os generais militares e ao mesmo tempo provocasse uma reação mínima do francês, ele planejava enviar canhoneiras para defender alemães no Marrocos. Watcher e Jules Cambon, o embaixador francês na Alemanha que também temia por confrontos completos, iniciaram negociações. Apesar disso, 'SMS Panther', uma canhoneira foi enviada para Agadir no 1 de julho 1911 e depois substituída por uma maior 'SMS Berlin'. A França e a Grã-Bretanha sabiam que a Alemanha estava apenas fazendo uma declaração, e nenhuma estava preparada para retaliar agressivamente, mas alguns atores na Grã-Bretanha acreditavam que a Alemanha queria transformar Agadir em uma base naval forçando a Marinha Real a ficar de prontidão.

Mídia e Diplomacia

No 9th July 1911, Watcher e Cambon declararam os interesses de seus países na África. Em troca do controle francês em Marrocos, a Alemanha manifestou interesse pelo Congo francês. No 20th July 1911, "The Times" publicou um artigo alarmista sobre o interesse da Alemanha no Congo, afirmando que tal medida ameaçaria os interesses da Grã-Bretanha na África Subsaariana. A Grã-Bretanha não ficou satisfeita com isso, apesar das indicações anteriores de que não enfrentaria a Alemanha em detrimento do Marrocos. As conversas continuaram até setembro, apesar da mídia britânica ter publicado uma série de artigos de propaganda afirmando que a Marinha Real estava em alerta máximo por causa das ações da Alemanha. A Grã-Bretanha anunciou que não estava enviando navios de guerra para o Marrocos, mas estava monitorando a situação.

Resolução da crise

As negociações franco-alemãs entraram em colapso momentaneamente no 1 de setembro 1911 depois que Cambon ficou doente levando ao colapso do mercado de ações de Berlim. Eles foram retomados e concluídos em novembro com a França tomando o Marrocos e concedendo algumas partes do Congo à Alemanha. A diplomacia acabou com a crise de Agadir, mas é a mídia que agitou e influenciou a resposta política. Watcher e Cambon, sem reconhecimento oficial por seus papéis, enviaram-se fotografias assinadas. Cambon se referiu a Watcher como “meu querido amigo e terrível inimigo”. Watcher escreveu: “meu amigo terrível e querido inimigo”.