O Que Aconteceu Durante A Migração Para A Abissínia Ou A Primeira Hegira?

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A Primeira Hégira foi um evento no início da história da religião islâmica que facilitou o desenvolvimento do Islã na África. Nos primeiros dias do Islã, o Profeta Muhammad ganhou um número considerável de seguidores que foram perseguidos pela tribo Quraysh. Os membros desta tribo governante observaram o politeísmo e se opuseram ao Islã, que insistia na existência de um único Deus. O profeta Muhammad foi forçado a persuadir seus seguidores a fugir para o exílio na Abissínia.

Contexto histórico

Os primeiros adeptos do Islã não foram tratados gentilmente pelos politeístas vizinhos. Os politeístas se opunham aos ensinamentos revolucionários propagados pelo Islã. O profeta Muhammad insistiu que todas as pessoas eram iguais independentemente de classe, raça ou privilégio, e que era responsabilidade de todo ser humano compartilhar sua riqueza com os menos afortunados. Tais ensinamentos enfureceram os governantes dos coraixitas porque a adoção do Islã resultaria na abolição do sistema político que os empoderava e lhes dava enormes privilégios. Os politeístas começaram a insultar e zombar dos muçulmanos e logo adotaram a violência física. Os primeiros muçulmanos ficaram mais sedentos e com fome até que reconheceram oralmente a divindade dos dois ídolos principais, Lat e Uzza. Cada líder assediava os muçulmanos em sua tribo, aprisionando-os em suas casas e impedindo-os de ver o Profeta. Alguns muçulmanos que estavam firmes em sua fé enfrentaram tortura e até mesmo martírio. Esses acontecimentos entristeceram o Profeta Muhammad e ele decidiu enviá-los à Abissínia para salvar sua vida e sua fé. A Abissínia foi então governada pelo governante cristão Negus Ashama ibn Abjar, que se dizia ser bondoso e justo. Abissínia foi o dia atual Etiópia e Eritreia.

A migração

Os muçulmanos se mudaram para a Abissínia em duas ondas. O primeiro grupo contou com onze homens e quatro mulheres, e Uthman bin Maz'oon foi apontado como o líder pelo Profeta. O grupo também incluiu Uthman ibn Affan, que posteriormente se tornaria o califa 3rd. Um ano depois de se estabelecer na Abissínia, os muçulmanos ouviram rumores de que os Quraysh haviam abraçado o Islã e, portanto, voltaram para Meca. No entanto, ao chegar a Meca, eles perceberam que os rumores eram falsos, pois os coraixitas haviam intensificado o assédio aos muçulmanos. Os muçulmanos retornaram à Abissínia em um grupo maior de homens 83 e mulheres 18. Ja'far ibn Abi Talib, que era primo do Profeta Muhammad, era o líder deste segundo grupo.

Eventos Na Abissínia

A notícia chegou aos Quraysh de que os exilados estavam livres para observar o Islã na Abissínia. A tribo enviou emissários ao Negus com presentes para ele e seus generais. Os eissários pediram ao Negus que deixasse os exilados retornarem a Meca e os rotulassem como "jovens tolos" que haviam criado uma religião que nem os abissínios nem os habitantes de Meca tinham testemunhado antes. O Negus convocou os exilados, e Ja'far ibn Abi Talib informou ao Negus das perseguições que sofreram sob os Quraysh, e também citou um parágrafo do Alcorão. O Negus chorou ao ouvir a passagem e recusou-se a desistir dos exilados. Entre os emissários estava Amr Ibn al-As, que foi ao encontro do Negus no dia seguinte e disse que os fugitivos tinham proclamado uma coisa terrível sobre Jesus. A essa acusação, Ja'far respondeu que Jesus era "o profeta de Deus, seu servo, sua palavra e seu espírito, que foi lançado sobre a virgem Maria". Esta resposta satisfez o Negus, e o enviado o enviado.

Fim do Exílio

A maioria dos exilados abissínios fez a viagem de volta a Meca em 622 e participou da hijra para Medina junto com Maomé. O segundo grupo de exilados chegou a Medina em 628.